Música e Poesia, são estes os vetores artísticos que movem Joana e Tiago enquanto duo, numa constante procura por um som fresco, uniformizado e desafiante. O seu reportório contempla, no mesmo plano, composições originais, improvisações em tempo real e as palavras de nomes como Florbela Espanca, Mário Cesariny ou Fernando Pessoa.
O processo criativo ocorre de acordo com diferentes estratégias: ora partindo de uma letra pré-concebida, tratando posteriormente de a musicar, ora o inverso.
Esta intenção de fundir dois mundos que tanto dizem ao duo é complementada com a utilização de alguns recursos musicais mais alternativos, tendo em a conta a formação em causa, recorrendo a instrumentações várias e a combinações texturais contrastantes, usando para esse efeito alguns instrumentos de percussão, a manipulação tímbrica da voz através de um pedal de efeitos e a um arco no vibrafone, recursos esses que tornam a sua performance mais diversificada e, por sinal, mais apelativa.
Apresentam um concerto intimista com fortes raízes no jazz e na música de língua portuguesa, conjugando o suave e afável timbre vocal de Joana com a riqueza tímbrica e rítmica do vibrafone de Tiago.
Tendo já atuado em locais como o Museu Nacional Machado de Castro, o Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz (CAE) e o Centro Cultural Penedo da Saudade, este duo propõe-se a conduzir o público nesta singular viagem pelo mundo sensitivo
Joana Raquel (1997) tem vindo a dedicar-se nos últimos anos ao estudo e descoberta da sua voz
A prática da composição começou com a procura de uma identidade musical, recorrendo também à escrita de letras e textos, em português, que refletem as suas ideias e convicções. Na sua abordagem está enraizado o jazz e a música improvisada, com fortes influências da música tradicional portuguesa e de intervenção.
Em Fevereiro de 2022 lança o seu primeiro disco “Ninhos” em colaboração com Miguel Meirinhos no piano e com Demian Cabaud e João Cardita, no contrabaixo e bateria. Ainda em 2022 edita “Membrana”, 1º disco do grupo "doisnovetrês diagonal" com o saxofonista Daniel Sousa, “Catarse Civil” com o projeto “Do Acaso” e ainda “Eixo do Jazz Ensemble Meets Mário Laginha”.
Depois de um percurso académico intimamente ligado à filarmonia e ao estudo da música clássica, Tiago Baptista tem-se fixado como vibrafonista e compositor na área do jazz e da música improvisada.
Nesse sentido, depois de se ter formado no Curso Profissional de Instrumentista de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra e na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, estreou o seu primeiro projeto de autor na Casa da Música (Porto) em 2021, com Tiago Baptista Quinteto “Mental Artness”, um grupo onde, com a ajuda de João Mortágua, Samuel Gapp, Filipe Louro e Diogo Alexandre, aborda o tema da condição mental do ponto de vista artístico, do ponto de vista da composição e da performance.
Ao longo dos anos tem participado em Festivais como o Agitazz (Lousada), ESMAE Rampa Jazz (Porto), o Festival Porta-Jazz (Porto), o Guimarães Jazz, o Foncasjazz (Foncastín, Espanha), o Festival Csiperó (Kecskemét, Hungria), a Festa do Jazz (Lisboa), o AMR Jazz Festival (Genebra, Suíça) e o Festival Jazz no Parque (Barreiro).
Em junho de 2022, o grupo Do Acaso, do qual faz parte enquanto vibrafonista e compositor, lançou o seu primeiro trabalho discográfico, com o nome “Catarse Civil”.